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20 de Abril de 2024

Adolescente submetido à mudança de sexo se arrepende

“Eu percebi que posso ser feliz sem mudar totalmente quem eu sou”, disse o adolescente.

há 7 anos

A cirurgia para a mudança de sexo é a “solução” que médicos ou alguns cientistas encontraram para o transtorno da transexualidade. No Brasil, o Ministério da Saúde oferece atenção às pessoas nesse processo por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) desde a publicação da Portaria Nº 457, de agosto de 2008. Até 2014, foram realizados 6.724 procedimentos ambulatoriais e 243 procedimentos cirúrgicos em quatro serviços habilitados no processo transexualizador no SUS. Desde novembro de 2013, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 2.803, ampliou o processo transexualizador no SUS, aumentando o número de procedimentos ambulatoriais e hospitalares e incluindo procedimentos para redesignação sexual de mulher para homem. [1]

Entretanto, existem estatísticas desfavoráveis a essa cirurgia indicando que, entre os transexuais operados, muitos se arrependem e entram em depressão, e alguns até se suicidam. Quanto ao arrependimento o caso de Patrick Mitchell, um adolescente australiano é um bom exemplo. Dois anos depois de se submeter a um tratamento hormonal, visando uma cirurgia de mudança de sexo para tornar-se mulher, se arrependeu. Quando tinha 12 anos ele foi diagnosticado com “disforia de gênero”. Sua mãe ao invés de buscar um tratamento psicológico, precipitou-se e autorizou a terapia hormonal de mudança de sexo. Como resultado do tratamento hormonal os seios cresceram. Arrependido, o adolescente decidiu submeter-se a um novo tratamento na Coréia do Sul para reduzir os seios cirurgicamente. Ao ser entrevistado num programa de televisão Patrick fez a seguinte declaração: “Comecei a me desenvolver como menina, que era o que eu queria naquele momento, mas agora não é mais o que eu quero... Eu percebi que posso ser feliz sem mudar totalmente quem eu sou”. [2]

Alguns alertas importantes têm sido feito por médicos e cientistas a respeito deste assunto. A associação de pediatria dos EUA (American College of Pediatricians), por exemplo, alerta educadores e parlamentares para que rejeitem qualquer medida que condicione as crianças a aceitarem como normal uma vida que personifique química e cirurgicamente o sexo oposto. Segundo a entidade, o Manual Diagnóstico e Estatístico indica que 98% dos meninos e 88% das meninas confusos com seu gênero, aceitam o seu sexo biológico naturalmente ao passar pela puberdade. [3]

A puberdade é a fase vivida pelo ser humano na adolescência. É um momento de transformações físicas e biológicas e de oscilações emocionais ocasionadas pelas alterações hormonais sofridas pelo corpo. A produção dos hormônios sexuais no período entre infância e a fase adulta são diferentes em cada sexo. Os meninos produzem, entre outros, a testosterona e as meninas o estrógeno. É importante pontuar que nessa fase o crescimento se acelera, os órgãos sexuais ganham definição e a fertilidade se inicia. É um processo onde se verifica muitas dificuldades tanto para o adolescente, que vai viver essas transformações, como para os que estão próximos dele, que inevitavelmente irão lidar com as alterações de humor e às crises existenciais vividas por ele. Mesmo trazendo muito desconforto para o adolescente, essas transformações são necessárias para a manutenção da espécie humana, pois todo esse processo tem como objetivo dar condições e capacitar o homem para o processo de reprodução. [4]

Em razão dessas informações e muitas outras a American College of Pediatricians alerta que apoiar a discordância de gênero como normal através da educação pública e de políticas legais, confundirá as crianças e os pais, levando mais crianças a procurar “clínicas de gênero”, onde tomarão drogas bloqueadoras da puberdade. Além dos hormônios serem cancerígenos e tóxicos, a mutilação cirúrgica de partes saudáveis do corpo é totalmente desnecessário. [5]

O caso do adolescente australiano considerado acima não é um fato isolado. Há registros de outros casos que infelizmente não são divulgados. Na Grã-Bretanha, por exemplo, um homem (Brad Cooper) começou a se vestir como uma menina aos 12, e aos 15 anos de idade pediu ajuda a médicos para se tornar uma menina. Alguns anos mais tarde, tendo alcançado o tão desejado objetivo, viveu como mulher por um ano, mas logo passou a sofrer uma enorme angustia mental. Assim, decidiu ser homem novamente. Cancelou a operação completa de mudança de sexo, que já estava programada, e deixou a terapia hormonal feminina, que já haviam produzido seios. Disse que as mudanças experimentadas foram esmagadoras e deixaram-lhe profundamente infeliz. Embora tenha passado por avaliação e aconselhamentos psicológicos completos, antes de iniciar sua terapia de mudança de sexo, vivendo como uma mulher, Cooper tentou cometer suicídio duas vezes. [6]

Outro exemplo é um morador de Los Angeles chamado Walt Heyer. Seu caso revela que a mudança de sexo nem sempre traz felicidade como se divulga com muita frequência na mídia. Ele era um homem casado e com dois filhos, mas aos 42 anos decidiu se submeter-se à cirurgia de mudança de sexo para se tornar uma mulher. Segundo ele essa decisão o levou a um “processo destrutivo” de sua vida. Ele voltou a ser um homem oito anos mais tarde, aos 74, e afirma que nunca deveria ter feito mudança de sexo. Relatou que no início ficou muito contente em ser mulher, mas logo esses sentimentos de euforia deram lugar a sentimentos muito mais obscuros. [7]

Nos Estados Unidos uma das primeiras clínicas universitárias de mudança de sexo funcionou na Universidade Johns Hopkins. Um dos fundadores do atual movimento transgênero que incentivou essa prática, inclusive forjando resultados positivos, foi o psicólogo Dr. John Money, um médico pedófilo que tirava fotos de crianças nuas e em alguns casos pressionava que realizassem atividades sexuais incestuosas. Seguindo a filosofia de Money, durante anos várias cirurgias de mudança de sexo foram realizadas, até que o Dr. Paul McHugh, diretor de psiquiatria e ciência comportamental em Hopkins resolveu pesquisar se no longo prazo os pacientes estavam realmente melhores. McHugh designou ao Dr. Jon Meyer, presidente da clínica em Hopkins, a tarefa de avaliação dos resultados. Meyer escolheu cinquenta pessoas dentre as que haviam sido tratadas na clínica, tanto aqueles que se submeteram à cirurgia de mudança de sexo como aqueles que não fizeram a cirurgia. Os resultados desse estudo refutaram completamente as alegações de Money sobre os resultados positivos da cirurgia de mudança de sexo. O relatório objetivo não mostrou nenhuma necessidade médica para a cirurgia. Em 10 de agosto de 1979, o Dr. Meyer anunciou seus resultados, in vérbis:

“É errado dizer que esse tipo de cirurgia cura um distúrbio psiquiátrico. Agora temos evidências objetivas de que não há diferença real na adequação do transexual à vida em termos de emprego, realização educacional, ajuste marital e estabilidade social”... “Minha impressão pessoal é que a cirurgia não é um tratamento adequado para uma desordem psiquiátrica, e está claro para mim que esses pacientes têm problemas psicológicos graves que não desaparecem depois da cirurgia”. [8]

Menos de seis meses depois, a clínica de mudança de sexo da Universidade Johns Hokins foi fechada. Outras clínicas do mesmo tipo filiadas a universidades em outros lugares do país também seguiram o mesmo caminho, abandonando completamente a realização da cirurgia de mudança de sexo por não haver resultados positivos que pudessem ser relatados. Sérios questionamentos sobre a eficácia da mudança de sexo foram feitos também pelo o endocrinologista Charles Ihlenfeld. Depois de haver ministrado hormônios a 500 transexuais ele anunciou publicamente que 80% das pessoas que queriam mudar de sexo não deveriam fazê-lo. Ihlenfeld disse: “Há muita infelicidade nas pessoas que fizeram a cirurgia… Muitas delas acabam se matando”. Ihlenfeld deixou de ministrar hormônios a pacientes que sofriam de disforia sexual, mudou de especialidade, por não acreditar mais na eficácia do tratamento. Tornando-se psiquiatra passou a oferecer a esses pacientes o tipo de ajuda que atendesse as suas reais necessidades ou que realmente precisavam. [9]

Como se pode notar, com base em pesquisas e estudos realizados, ciência não combina com ideologia. Os estudos apontam que nem sempre a mudança de sexo traz alívio para os pacientes. Daí a importância da decisão do juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho que em caráter liminar autorizou a continuidade dos estudos na área de sexualidade, restaurando a liberdade científica dos psicólogos. [10]

Referências:

[1] PORTAL BRASIL. Cirurgias de mudança de sexo são realizadas pelo SUS desde 2008. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadaniaejustica/2015/03/cirurgias-de-mudanca-de-sexo-são-realizadas-pelo-sus-desde-2008. Acesso em: 01 out. 2017.

[2] ALETEIA, Adolescente submetido a mudança de sexo se arrepende após 2 anos. Disponível em: https://pt.aleteia.org/2017/09/20/adolescente-submetidoamudanca-de-sexo-se-arrepende-apos-2-anos/. Acesso em: 01 out. 2017.

[3] SEMPRE FAMÍLIA. Associação de pediatria dos EUA declara-se formalmente contra a ideologia de gênero: Médicos afirmam que, na infância, quando um menino quer se tornar menina há um “problema psicológico objetivo”. Disponível em: http://www.semprefamilia.com.br/associacao-de-pediatria-dos-estados-unidos-declara-se-formalmente-contraaideologia-de-genero/. Acesso em 22 set. 2017.

[4] INFOESCOLA. Puberdade. Disponivel em: http://www.infoescola.com/sexualidade/puberdade/. Acesso em: 01 out. 2017

[5] Ibidem, SEMPRE FAMÍLIA, 2017.

[6] MAGAZINE TRANSGENEROS. Qual a Verdade sobre arrependimento pós cirurgia de adequação de sexo. Disponível em: https://transconnection.wordpress.com/2015/06/11/qualaverdade-sobre-arrependimento-pos-cirurgia-de-adequacao-de-sexo/. Acesso em 01 out. 2017.

[7] Ibidem, MAGAZINE TRANSGENEROS, 2017.

[8] WALT HEYER. ‘Muitos acabam se matando’: A história sombria da cirurgia de ‘mudança de sexo’. Disponível em: http://notifam.com/pt/2015/muitos-acabam-se-matandoahistoria-sombria-da-cirurgia-de-mudanca-de-sexo/. Acesso em 01 out. 2017.

[9] Ibidem, WALT HEYER, 2017.

[10] DISTRITO FEDERAL. Ação Popular nº 1011189-79.2017.4.01.34.00. Ata da audiência datada de 15 de setembro de 2017. Sala de Audiências do Juízo Federal da 14ª Vara - Juiz Federal Dr. Waldemar Claudio de Carvalho, Brasília, 2017, p.4.

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3 Comentários

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Eita, que texto Maravilhooooooooooo!
Apenas corroborou com um pensamento íntimo que permeava minha mente: "Eu percebi que posso ser feliz sem mudar totalmente quem eu sou", disse o adolescente.
O ser humano, independentemente de sexo, idade, ideologias, precisa e carece apenas de amor e compreensão.
Um par de ouvidos para escutá-lo também é se extrema importância!
Um abraço, Dr.Pirola! continuar lendo

Que complicação. Deveriam ao menos tentar antes a aceitação sexual. Mas se faz isso é "cura gay". continuar lendo

Muitas vezes isso é parte de uma fase da vida, seja psicológica, emotiva, hormonal ou mesmo curiosidade..

Existem pessoas que se relacionam, fixa ou temporariamente, com alguém do mesmo sexo, porém passam a se questionar se é isso mesmo o que queriam. Tenho muitas amigas que já tiveram relações sexuais com outras mulheres, mas se casaram com homens e levam uma vida de hétero (homens que são héteros raramente expõe uma relação homossexual vivida).

Ao que parece, essa precipitação da mãe se dá mais como uma necessidade de provar a aceitação do filho seja como ele for, sem mesmo ele saber ao certo o que quer ser, por causa destas transformações que vem sofrendo.

Sorte do garoto não ter cortado os países baixos, pois para ser homossexual não precisa falar fino (ou grosso), se vestir de mulher (ou de homem). Ele, ao menos por hora, vê-se como homossexual, mas não como trans. continuar lendo